sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Segredo dos Seus Olhos


Gosto de filme que nos deixam meio confusos quanto aos seus gêneros. Que não sabemos dizer direito se são um drama, suspense, policial ou romance. Quando na verdade são um pouco de tudo.


O filme em questão é assim, durante 25 anos um crime permaneceu sem solução na memória de Benjamín Espósito (Ricardo Darín). Agora, bem mais maduro, e destinado a se tornar um escritor, ele decide voltar a essa história, questionando de novo aquele passado de amor, morte e amizade. Porém, essas recordações, postas em liberdade, lembradas tantas vezes, mudaram sua visão desse passado. E reescreverão seu futuro.

Este filme virou febre na Argentina e levou o Oscar 2010 de melhor filme estrangeiro. A produção é um desses poucos casos em que uma obra é superada pela adaptação, apesar de não ser desconhecido dos leitores argentinos. Na sua sexta semana de exibição, O Segredo dos Seus Olhos já era o filme nacional de maior arrecadação na Argentina e hoje é considerado o mais visto dos últimos 35 anos no país.

O autor do romance, Eduardo Sacheri trabalhou junto com Juan José Campanella no roteiro, acompanhando as filmagens e palpitando em certos momentos durante a gravação, mas sem interferir na direção de Campanella.

Há quem considere o excesso de referências argentinas como um ponto negativo no filme, mas considero que foram essas particularidades que ajudaram a criar a riqueza dos detalhes e ajudar na fundamentação e estruturação da história e contexto.


Assistam e confiram como o desenrolar dos acontecimentos cria um suspense envolvente e o desdobramento dos personagens contribui com boas surpresas, compondo os segredos que hipnotiza os olhos de quem vê. Em suma, a indicação ao Oscar é merecida. Agora resta saber como acaba a tal história contada por Benjamin.


Trailer

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Afogando problemas

Não sou daquelas que bebe todos os dias e que enche a cara quando pára para beber. Gosto de sentar em um barzinho com os amigos e perder a noção do tempo, ganhando horas de conversas, rindo de momentos, lembrando de tantos outros e debochando da vida. Coisa de rotina sabe, para dar aquela aliviada no cansaço da semana.

Mas e quando as coisas mudam, dá aquela revirada? Deixando tudo de pernas pro ar? Jogam a merda no Ventilador e a gente é atingido. Nossa cabeça fica a mil. São medos, problemas, inquietações, dúvidas. Tudo ao mesmo tempo. Deixa a gente ali, bem no limite da normalidade, no extremo.

Penso que é nessas horas que precisamos de um bom porre: para afogar tudo de ruim, perder a dignidade, bater numa cama e dormir que nem uma pedra, e no dia seguinte achar a dignidade e voltar a realidade um pouco mais leve.

Acho que só assim para dar uma acalmada nas preocupações e nos dilemas que estão aí.

Só me vêm à cabeça as falas do saudoso Ronaldo Marangoni, da aula de psicologia e das tantas conversas de corredor, explicando da necessidade de se extravasar de vez em quanto, para colocar as coisas no lugar. Que muitas vezes dá certo.

“Ou não”, acho que assim ele completaria. (RS)