terça-feira, 30 de março de 2010

Sem querer saiu

Ontem li uma frase interessante, não me lembro exatamente como era, mas dizia algo sobre o poder da palavra. Comecei a pensar um pouco sobre isso, das potências que se pode alcançar usando as palavras certas e das dificuldades que encontramos por não saber fazer uso de tantas outras.


Pensei no simples ato de se comunicar, onde a junção das palavras proporciona todo o ato, e como não se vive sem se expressar. Sentimentos, angustias, críticas, inquietações perguntas, respostas, questionamentos e tantas outras coisas mais. Enfim, simplesmente falar.


Para muitos é uma grande dificuldade falar o que acha, escrever o que pensa e principalmente dizer sobre si. Acho que sou uma dessas, que falo e penso sobre tudo (as vezes falo até demais), mas ainda tenho dificuldades para falar sobre mim. Deve ser por medo de perder o que já conquistei ou desfazer o que sou. Confúcio dizia, sem conhecer a força das palavras, é impossível conhecer as pessoas.


Alguém me disse que somos escravos das palavras que pronunciamos, eu concordo, realmente não há como voltar atrás depois que as soltamos. Não há como mudar. Eu não posso negar daqui há algum tempo que escrevi estas palavras, elas já não me pertencem.


Mas se aventurar no mundo das palavras é um risco, e um risco que gosto de correr. Quem lê muito pode ter seus conceitos sempre bombardeados, creio até que é por isso que não se deixa muito que o povo leia! Quem escreve corre um risco duplo. Além de se expor, corre o risco de ser mal interpretado.


Pera lá, mas me arriscando, acabo me expondo, me expondo, acabo falando de mim. Por isso que gosto tanto das palavras, elas falam por si, no meu caso, por mim.


Taí, acho que é esse o grande barato das palavras.


Vamos colocando uma, depois outro e tantas outras mais para ir ordenando o que estamos pensando, e quando vamos ver, ta tudo lá. Sem querer acabamos falando tudo, quando achávamos que não estávamos falando nada.

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