domingo, 9 de maio de 2010

Qual a sua religião?

Desde criança, escuto essa pergunta, "qual a sua religião?" e nunca entendi direito, ou nunca entrou na minha cabeça, se isso faz realmente alguma diferença na vida de alguma pessoa, na sua formação, sua índole.

Eu, sinceramente, acredito que não.


Minha família é católica, daquelas que gostam de se manter dentro de todas as tradições, ir à missa todos os domingos e mensalmente pagar o dizimo. E assim como todos, freqüentei ao catecismo quando pequena para poder fazer a primeira eucaristia e depois crismar. Confesso que tudo contra minha vontade, afinal que criança gosta de acordar às sete da manhã aos sábados para escutar as mesmas coisas que os avôs falam quase que diariamente.


Ir à missa aos domingos também não era muito agradável. Nunca conseguia entender o que o padre falava, parecia que ele falava com algo na boca, o som saia abafado e o sotaque era uma coisa complicadíssima. Mas acho que isso depois de um tempo dava pra ir pegando o jeito e compreendendo melhor o que aquele senhor sempre simpático falava, o que não entendia, e ainda não entendo, era porque a maioria das pessoas ia lá para repararem em tantas outras e ficarem julgando umas as outras. Olhando quem estava usando o que, se os filhos de fulano estavam lá ou simplesmente para irem lá e procurar algo para falar.


Bom pra quem já me conhece, não deu outra, acabei criando uma antipatia e acabei me afastando. Não exatamente pela religião, mas pelas pessoas, pela religião também por ela deixar que aquilo tudo continuasse, mas mais pelas pessoas que falavam e defendiam um ensinamento, mas na prática se contradiziam.


Fui crescendo e conhecendo as demais religiões. A literatura me ajudou muito, era legal ir descobrindo que existiam tantas outras e ir perguntando para a “parentada” sobre aquelas coisas todas que eu lia e eles não sabiam responder ao certo, sempre respondiam como era de acordo com a que eles conheciam e ainda me questionavam, “não prestou atenção na missa não?”. Se eu ainda conseguisse entender o que aquele senhor simpático tanto insistia em falar e o microfone que ele usava ainda não ajudava nada.


Depois de um tempo fui conhecendo um pouco mais sobre as outras, e fui vendo que todas tinham o mesmo problema: as pessoas que freqüentavam. E sabe como cheguei a essa conclusão? Conhecendo as pessoas dessas outras religiões.


Hoje meus melhores amigos são das mais variadas religiões: batista, espírita, umbanda, budista e também católico. Pessoas sensacionais e com ótimas cabeças e que reparam a mesma coisa, que religião não forma caráter.


Eu não costumo falar de religião, porque gera muitos atritos, mas ver pessoas infelizes, fracas, problemáticas, falando e fazendo tantas coisas "erradas" e usando a bíblia como muleta, me tira do sério. Citam trechos bíblicos para se alto definirem e justificarem seus atos. Se tudo vai mal, foi vontade divina, se tudo vai bem, também é porque Deus, ou sei lá mais quem ajudou. Esquecem que cada um tem o controle da sua própria vida, e que as conseqüências são por causas das suas escolhas.

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